quarta-feira, 17 de agosto de 2011

 

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Enviadas: Quarta-feira, 17 de Agosto de 2011 7:52
Assunto: [PoetasdelMundo_Brasil] : Índios isolados ameaçados por narcotráfico

 
 
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From: Roberto Lemos

Índios isolados ameaçados por narcotráfico

Indígenas desaparecem na floresta depois de ação policial para prender criminosos na fronteira entre Brasil e Peru.

Por Cristine Pires para Infosurhoy.com—16/08/2011

 							O paradeiro de uma tribo de índios isolados que ficou mundialmente conhecida em 2008, quando foi filmada e fotografada pela primeira vez, segue desconhecido. (Cortesia de Gleison Miranda)
O paradeiro de uma tribo de índios isolados que ficou mundialmente conhecida em 2008, quando foi filmada e fotografada pela primeira vez, segue desconhecido. (Cortesia de Gleison Miranda)
FEIJÓ, Brasil – A tentativa de abertura de uma nova rota de narcotráfico entre o Peru e Brasil por meio da Floresta Amazônica pode ser o principal motivo do suposto desaparecimento de índios isolados de uma tribo no estado brasileiro do Acre.
Os indígenas, que não têm qualquer contato com o homem branco, estão sumidos desde que começou a movimentação das autoridades de segurança para capturar criminosos que teriam invadido e saqueado a base da Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Envira, mantida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) nas margens do Rio Xinane.
Em 31 de julho, os funcionários da Funai alertaram o governo do Acre para a presença de três homens fortemente armados cercando a base.
A Polícia Federal só conseguiu chegar ao local em 1° de agosto, pois a base fica a 23 km da fronteira peruana e 240 km da sede do município de Feijó.
Em 3 de agosto, a Polícia Federal prendeu em flagrante o narcotraficante português Joaquim Antônio Custódio Fadista, 57 anos. Os outros dois homens que estavam com Fadista seriam peruanos e conseguiram fugir pela floresta.
"Foram roubados utensílios da base da Funai. Não chegamos a constatar nenhum tipo de violência, morte ou lesão contra quem quer se seja: funcionários ou indígenas", diz o superintendente da Polícia Federal no Acre, José Carlos Chalmers Calazane.
O temor de um massacre na aldeia, que ficou conhecida mundialmente em 2008, quando um grupo foi filmado e fotografado pela primeira vez, não foi confirmado. Em sobrevoos na região, autoridades brasileiras constataram que as malocas estavam inteiras, assim como as roças, com hortas recém-plantadas.
"Não há qualquer comprovação de genocídio. Os locais estão intactos", afirma Calazane.
O suposto indício de que teria havido um ataque à aldeia também não teve comprovação pela polícia: o de que uma ponta de flecha – ferramenta característica dos índios isolados – teria sido encontrada junto ao acampamento dos criminosos.
"Não achamos nenhuma ponta de flecha, não recebemos nenhum artefato da Funai e nem mesmo o criminoso preso falou nisso em seu depoimento, mas, de qualquer forma, vamos apurar", esclarece Flávio Augusto de Araujo Pinheiro, delegado regional de Combate ao crime organizado da Polícia Federal no Acre.
 							O narcotraficante português Joaquim Antônio Custódio Fadista foi capturado pelas autoridades brasileiras em 3 de agosto nas proximidades de uma base mantida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na Floresta Amazônica. (Cortesia Ascom Polícia Civil de Feijó)
O narcotraficante português Joaquim Antônio Custódio Fadista foi capturado pelas autoridades brasileiras em 3 de agosto nas proximidades de uma base mantida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na Floresta Amazônica. (Cortesia Ascom Polícia Civil de Feijó)
Entre 600 e 800 índios vivem isolados na região, em três malocas permanentes, de acordo com o governo do Acre. Mas esta é a primeira vez que, após descobertos, o paradeiro de índios isolados é desconhecido na região. Até 15 de agosto, a Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém-Contatados (CGIRC) continuava sem saber a localização dos indígenas.
Buscas seguem na localidade
Os helicópteros usados pelas forças de segurança para chegar à área no início de agosto podem ter sido justamente a causa do afastamento dos índios de suas terras. Foram usadas quatro aeronaves, duas da Polícia Federal, uma da Secretaria de Segurança do Acre e outra do Exército, segundo a Polícia Federal.
Na tarde de 9 de agosto, a secretária nacional de Segurança do Ministério da Justiça, Regina Miki; o presidente da Funai, Márcio Meira, e o diretor da Força Nacional de Segurança, major Alexandre Aragon, sobrevoaram a região do município de Feijó, onde está localizada a base Xinane.
"Ficamos mais tranquilos ao ver que a aldeia está completamente preservada", diz Regina. "Não há qualquer sinal de destruição no local. Para nós, isso é sinal de que os índios estão bem e de que não houve um ataque."
Os helicópteros não pousam na aldeia, em respeito ao pacto que há com esses índios, explica Regina.
Em 15 de agosto, o Ministério da Justiça enviou 10 homens da Força Nacional de Segurança para a base Xinane. Eles irão substituir os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Secretaria de Segurança do Acre, que mantinham a segurança no local desde a saída da Polícia Federal, no início de agosto.
No final de agosto, a operação será assumida pelo Exército, e a Força Nacional de Segurança deixa o local, segundo Regina.
Roberto Lemos dos Santos Filho, juiz federal titular da 1ª Vara de Bauru (São Paulo), especialista em Direito Indigenista e autor de vários estudos sobre o assunte, ressalta a importância de segurança constante nas proximidades de tribos de índios isolados.
"Além do risco à integridade física dos servidores da Funai e dos índios, a presença de narcotraficantes é preocupante pela possibilidade de os índios serem aliciados para cultivo e produção de coca em laboratórios clandestinos montados na selva amazônica", adverte Santos Filho.
Narcotraficante português já tinha condenações no Brasil
 							Regina Miki, secretária nacional de Segurança do Ministério da Justiça, sobre a situação da aldeia (foto), avistada em sobrevoo realizado em 9 de agosto:
Regina Miki, secretária nacional de Segurança do Ministério da Justiça, sobre a situação da aldeia (foto), avistada em sobrevoo realizado em 9 de agosto: "Ficamos mais tranquilos ao ver que a aldeia está completamente preservada." (Cortesia de Funai)
Preso durante a operação da Polícia Federal nas proximidades da base Xinane, o narcotraficante português Joaquim Antônio Custódio Fadista já havia sido capturado na mesma localidade em março deste ano e entregue às autoridades no Peru.
Na época, durante a abordagem, Fadista teria deixado cair dentro do Rio Envira, que banha a região, uma mochila com 20 kg de droga. Mas a hipótese de que o português teria voltado ao local para vingar-se dos funcionários da Funai foi descartada. Em seu depoimento à Polícia Federal, Fadista disse viver em Pucalpa, no Peru, desde 2008.
A ficha de Fadista é extensa.
Em 1991, ele foi preso no aeroporto de Luxemburgo ao tentar transportar cocaína escondida dentro de uma estátua de madeira, segundo a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
No Brasil, sua primeira prisão foi em 1994, no Ceará, onde esteve detido por porte ilegal de cocaína e começou a responder a um processo de expulsão do país.
Em 2008, foi preso no estado do Maranhão e, em 2010, foi condenado a 8 anos de prisão, também por narcotráfico. Mas, por uma falha na Justiça – o mandado de prisão não foi expedido –, acabou não cumprindo a pena.
Por desconhecer a condenação de Fadista pela Justiça do Maranhão, a polícia brasileira acabou expulsando Fadista para o Peru em março, depois que ele fora novamente encontrado no Brasil, nas proximidades da base Xinane.
"Como sua entrada ilegal para o Brasil se deu pelo Peru, ele teve que voltar para lá, e não para Portugal, que é o seu país de origem", explica Pinheiro.
No Peru, não há nenhuma ordem de prisão contra Fadista, de acordo com a Brigada Antinarcóticos da Polícia Nacional peruana.
Desde 3 de agosto, Fadista permanece preso na Unidade de Recuperação Social Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, capital do Acre. Ele cumprirá os 8 anos de prisão a que já foi condenado no Brasil e aguardará pelo julgamento dos demais crimes.
Preso em flagrante na selva, Fadista agora é acusado de crime qualificado pelo furto na base da Funai; reingresso de estrangeiro expulso e introdução clandestina de estrangeiro, já que confessou haver trazido consigo de forma ilegal os dois peruanos.
Mas, em seu depoimento à polícia, Fadista disse não haver tido contato com os índios isolados.
"É possível que ele faça parte de organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e vamos apurar isso durante o inquérito", destaca Pinheiro.
* Nota do editor: Pedro Hurtado colaborou com essa reportagem de Lima, no Peru.

http://www.infosurhoy.com/cocoon/saii/xhtml/pt/features/saii/features/main/2011/08/16/feature-02
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Delasnieve Daspet
Embaixadora Universal da Paz
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