Poema: CAVALO SELVAGEM
Autor: Odenir Ferro
Agora então, despede-se o vazio de mim!
Assim, as mágoas minhas levam-se embora
Desfazendo-se enfim na ruptura do Tudo!
Sina desmanchando cicatrizes das dores!
O meu coração é um belo cavalo selvagem!
O meu coração é o eterno cachorro vadio!
Sonhando nas emoções como se fosse os rios
Que assim, assim, vão... Caudalosos, então,
Sempre tão vaporosos ao calor do eterno sol!
Rumo avante ao vigoroso encontro dos mares...
Amantes silenciosos, vagarosos, no nudi amar,
Desses caminho que sempre nos leva ao sonhar!
É um devorador do cio, o meu coração amante
Que aninha-se no meu ninho assim tão íntimo
Sem quase nada ou coisa nenhuma a se fazer,
Querendo semear as sementes nesse caminhar!
Não quero acordar esse meu doído coração.
Não penso dizer-lhe que encontrei o Sol,
Nem tampouco que lambi da Terra o Sal,
Muito menos que bebi da vida o Vinho!
Nem mesmo que banhei-me dessa chuva,
Ou iluminei minh'alma nas estrelas,
Atravessando os Ciclos das Estações
Pois sei! ele sempre viajou comigo!...
Gaviões sobrevoaram a eternidade desse ar,
Enquanto eu senti o aroma da terra lavada.
Doidos apregoaram da Eternidade, sem Amar!
Mas muito ou pouco da Humanidade, eu colhi
No que respiramos do Éter, nessa realidade
Do aprumo ao horizonte dessa Imortalidade!
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