terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

 

Crônica A beleza reflorescida nos pés de Ipês! / Autor: Odenir Ferro

 

 

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Crônica: A BELEZA REFLORESCIDA NOS PÉS DE IPÊS!
Autoria: Odenir Ferro

As árvores dos Ipês são árvores carregadas de símbolos carismáticos de encantadora beleza, ao irem-se florindo nos tons rosa, branco, amarelo, ou roxo, nas colinas verdejantes desse nosso Brasil gigante. Árvores símbolo do País enfeitam os meses de julho e agosto, pré-anunciando a chegada da Primavera.
Eu me encanto com a profundidade da beleza que os pés de Ipês trazem nas suas floradas, para as paisagens que os cercam. Sua madeira é madeira de Lei! De valores nobres! Aliás, toda a composição das árvores dos pés de Ipês é de procedências nobres! A mão da natureza abençoou de beleza a vida existencial dos pés de Ipês!
Estou procurando usar uma linguagem de tom coloquial simples sem os recursos de muitas metáforas ou rimas poéticas para, em tom descritivo, procurar narrar de forma simples, objetiva e direta, a beleza de uma árvore de classificação tão nobre, quanto são as Árvores dos Ipês!
E sendo final de agosto, já início de setembro, é tempo de ver, observar, sentir, até tocar o delicado suave de intensa beleza que emanam da energia singela das muitas flores que compõem, uma a uma, todas as árvores de Ipês!
As copas dos Ipês Amarelos enchem os olhos de ternura, devido à escancarada beleza que se deixa solta nos embalos dos ventos que as levam e trazem de um lado a outro, dando aos pés um balançar suave aonde os ventos, como silenciosos contribuintes, vão despetalando uma a uma, todas as flores que compõem as copas de amarelo-ouro das árvores, deixando em torno de cada árvore um tapete de pétalas douradas. Forrando o chão em sua volta, numa grande amplitude, em torno de cada árvore.
O mesmo acontece com os Ipês Rosa e Ipês Branco. Também, é claro, com o Ipê Roxo.
Desde a minha tenra infância, sempre ouvi meus tios e tias e meus Pais, meus avós, comentarem ser o Ipê-Roxo, uma espécie de árvore rara. E é! A cor roxa é uma cor especial e nas pétalas das flores de Ipês, da um destaque todo especial, chegando até mesmo a ser exótico, devido à originalidade ímpar da forma como as copas floridas dos Ipês-Roxos, se apresentam destacadas, dentro dos muitos tons de verdes que as copas de árvores outras, à sua volta, se contrastam.
Todas as árvores de Ipês, nas diferentes cores, ganham destaques nas suas floradas, embora os pés de Ipês-Roxos sejam ímpares, de uma significação visual de harmonia exuberante e especial.
Árvores de madeira nobre não podem ser cortadas, felizmente, graças a Deus!
No ano passado eu tive a felicidade de acompanhar todos os ciclos de algumas delas. Seguindo a ordem cronológica, primeiro vi, no inverno, as folhas verdes irem-se amarelecendo e depois caírem.
Num determinado dia, peguei uma delas, querendo registrar aquele íntimo momento. Então escrevi uns versos românticos, amorosos, simples, e depois datei.
Guardo-a comigo até hoje! Está ressequida, mas a tinta da caneta esferográfica ainda está visível.
Está à minha espera, pra quando eu tiver inspiração, escrever o poema romântico saído de uma folha ressequida, caída de um pé de Ipê!
Via as folhas caírem, vi as flores brotarem, florirem, embelezando o local.
Depois as vi, com os ventos partirem, caírem no chão, em imensos tapetes e estragarem-se ao sol, se ressecando e depois virarem esterco para o pé vistoso, que ficava naquele local.
Vi depois, ainda, num processo ininterrupto e rápido, em questão de dias ininterruptos e algumas semanas, novas folhas irem brotando, moldando os tons de verde claro para verde musgo oliva, enquanto cresciam. E juntamente no meio delas, vi formarem várias, inúmeras vagens grandes de quase um mesmo tom verde oliva acinzentado, que depois, ressequidas pela forte exposição aos ventos e ao sol, começaram então, a racharem nas bordas laterais, onde dentro delas exibiram-se incontáveis sementes envolvidas numa espécie de folhas brancas transparentes acetinadas, que na medida em que os ventos chacoalhavam os galhos, elas se iam, dançando, dançando, girando, girando no ar, dando muitos e muitos rodopios esparramando-se num campo de ação dum raio de vários e vários metros distantes da localização do pé da árvore.
Um verdadeiro espetáculo de gratificante beleza, que a natureza ofereceu e oferece todos os anos, onde as correntes de ventos se encarregam de transportarem as sementes pra longe, com imensos potenciais de futuras novas mudas de árvores. Isso sem contar os pássaros, que também contribuem, levando-as no bico.
Sendo árvores nobres, a natureza não comediu generosidades para com essas magníficas, belas e exuberantes árvores.
Pude observar que elas têm um relógio biológico de precisão Suíça.
Falando, ou melhor, escrevendo hoje, sobre essas árvores, começo agora a recordar-me que no ano passado, para ser mais preciso, na segunda quinzena do mês de julho, estava eu amoroso, comovido, poético, intenso, profundo, me deliciando com a sábia inteligência viva e analítica e altamente científica do nobre Cientista Carl Sagan. Estava eu lendo o livro Bilhões e Bilhões, da autoria do mesmo.
Inconsciente, o Poema Cognição (A Família Humana), já estava a caminho, se formando dentro de mim.
O livro, a natureza à minha volta e os ciclos de vida das árvores dos pés de Ipês, foram fontes de altas inspirações para mim. E também Nino Chaninho, um gatinho de tristes olhos azuis vesguinhos, que tive o prazer de conviver com ele por cerca de uns seis meses.
Já estava então eu, no ano passado, terminando de ler Carl Sagan, pensando já, consciente, nos laços profundos dos processos Cognitivos que envolvem os mistérios da vida, quando pude sentir definitivamente que essa Cognição não atua somente dentro da Humanidade, mas sim, dentro de todos os Reinos da Natureza, embora com linhas Cognitivas diferentes, talvez incompreensíveis por nós, e talvez com um grau de pureza muito mais evoluídos até, nos outros reinos da natureza, do que o nosso.
Mas, voltando aos belos pés de Ipês, tem uma cena magnífica que desejo aqui, registrar retratar:
-Num determinado dia, no mês de julho do ano passado, estando eu numa sala de amplas janelas de vidro, após ter chovido e depois cessado, por volta do meio-dia, brancas nuvens reapareceram, enfeitando um céu azul que pespontava tímidos raios solares, enquanto as gotinhas miúdas da forte e repentina chuva, ainda escorriam na parte externa do vidro da janela que me divisava da parte externa do local, pois estava na parte interna da sala. Entre eu e a janela, na janela que me divisava do belo cenário de lá de fora, enquanto as gotinhas desciam, subiam vagarosas, ágeis e graciosas "joaninhas" de asinhas vermelho telha alaranjado, com pintinhas pretas.
Olhando para a cena e vendo os ipês floridos balançando no plano de fundo, tive uma ilusão de óptica que me deu a impressão de que elas desejavam estar transitando nas flores dos pés de Ipês!
Pressenti que se não fosse à placa de vidro, pois enquanto as gotinhas da chuva escorriam do lado de fora do vidro, elas subiam do lado interno do vidro, divisando os espetáculos que meus olhos viam, pois que a placa de vidro sendo invisível pra elas, transparentes pra mim, enfim, se elas estivessem em livre transito pelo ar, estariam elas lá, com total e sensível acesso as folhas e às floradas dos Ipês, saboreando a natureza e as flores, expostas ao gélido vento e aos tênues raios de sol que nas copas das árvores, agora incidia.·.

 


 

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