sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

 
 

Poema: SONS
Autor: Odenir Ferro

Quis devorar-te no hálito do teu assopro
Arrancando-te num beijo, destes supostos
Desejos ardentes em que te fizeste ouvir
No além da distância das selvas fechadas,
Os esvoaçantes sons dançantes aos ventos!

Fazendo-te distinguir-me nos pensamentos
Ao exaurir-te o ar e devolver-te uma paz
Sentida dentro dos meus sonoros encantos
Num pressentimento ouvido num só momento
Sons de timbales, de sinos, cordas, oboé,
Dos violinos e dos refinados pianos, até!

E assim, pudesses acolher-me na tua alma,
Com doces mãos vindas d'alma que é minha!
Tão minha, doce ardente metade do meu eu,
Tão nossa doce radiante metade deste nós!

Nesse afim, entrelaçamos nossos caminhos
E deste ímpeto, chegamos afins até aqui!
Redescobrindo-nos nas fontes dos olhares
Mesmo apenas num anseio de relance fosse
Pra que pudéssemos assim, nos romancear!

Dentro das nossas vivenciadas memórias,
No teor duma única só história tão nossa
Extraída deste nosso frescor eterno belo
Das nossas almas sentimentais por demais
Ao parir dos nossos primeiros assopros,
Extraídos do Afflatus dos nossos beijos!


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